segunda-feira, 30 de março de 2009

Porque eu não sei

Porque eu não sei
Para onde vais
Porque eu não sei
Onde quero ir
E tão pouco sei
Se este amor
Que sinto
Dentro de mim
Será suficiente
Para ti
Não sei se vale chorar
Por ti.
Porque eu não sei
Se fazes parte
Do que quero
Porque eu não sei
O que vai acontecer
E não sei se
Pode ser melhor
Porque eu não sei
Se podemos mudar
Não sei se vou querer
Ter-te para mim.

Publicado a 23/06/03 no Jornal Correio da Horta

Nem Sempre

Tudo na vida
Tem o seu significado
Mas nem sempre sabemos
Qual é que é.
Podemos ter incertezas
Que nem sempre permanecem
Mas que muitas vezes
São a razão de viver.
Mas para quê viver
Na incerteza do amor?
Sei que me amas
E sei o quanto
E também sei que te amo
Mas nem sempre sei
Até que ponto.
Apenas quero ser feliz
Ao lado de alguém
E nem sempre acredito
Que vais ser tu
Quem eu vou escolher.

Publicado a 02/08/03 no Jornal Correio da Horta

Tu

Tu
Que olhas por mim
Mas não me aceitas...
Tu
Que do teu alto
Vês outro mundo...
Tu
Que nem sempre apareces
Mas sei que existes...
Tu
Que nessa aparente pequenez
Engrandeces o meu coração...
Tu
Que sem saber como
Fazes-me viver por ti...
Tu
Que não conheço bem
Diz-me realmente quem és.

Publicado a 26/07/03 no Jornal Correio da Horta

Prende-me

Prende-me
E não me deixes
Por aí
Perdido no mundo
Sem saber
Qual é o rumo
Que tenho
Para viver
Sem ti.
Prende-me
E não me deixes
Libertar-me
E soltar
Dentro de mim
A revolta
Do espírito
Adormecido
Por ti.

Publicado a 18/07/03 no Jornal Correio da Horta

Cada Vez Mais

Dizem que a vida é bela
Mas para mim
Não é assim.
Troquei a minha vida
Pela tua
E vivo num mundo
Em que choro
Por ti
(de alegria).
Tu e só tu
Tens o meu coração
Talhado à tua forma
Preenchido pelas emoções
Que quiseste criar.
E assim estás
Cada vez mais
Dentro de mim.
E não me importo
Mesmo nada
Que assim aconteça
Porque eu sei que
Também estou
Cada vez mais
Dentro de ti.

Publicado a 12/07/03 no Jornal Correio da Horta

Dizer Que Se Ama

Sabes bem o que isso significa?
Tantas vezes na vida
Dizemos que amamos
Mas nem sempre sabemos
O que isso implica.
Dizer que se ama
Só por dizer
Sem pensar um pouco
No real valor
De uma simples palavra.
Dizer que se ama
Para agradar
Porque o que é normal
É o que mais gostamos
E mais queremos ouvir.
Dizer que se ama
E muitas vezes não amamos
Ou não sabemos bem
O que sentimos.
Dizer que se ama
Em muitos momentos
E muitas situações
Porque basta dizer
Para criar silêncio.

Publicado a 05/07/03 no Jornal Correio da Horta

sexta-feira, 27 de março de 2009

O Que é Amar?

Amar...
Sentimos sempre necessidade
De amar alguém
A todo o tempo
Mesmo quando não queremos.
Amar faz parte da vida
E é um complemento
Que faz muita falta.
Mas...
O que é amar?
Amar é saber abrir
O nosso coração
Para dar e receber.
Amar é saber viver
Pelo outro
E para o outro.
Amar é saber rir...
Chorar...
Sofrer...
Quando for preciso.
Amar é ter amor
Ao mais alto nível.
Amar é saber amar
Para poder amar.

Publicado a 28/06/03 no Jornal Correio da Horta

Um Amor Qualquer

Vivo na sombra
De um amor qualquer
Que pode ser verdadeiro
Mas não me completa.
Deixo-o seguir um destino
Sem me preocupar
Se ele me vai prender
Ou se ele me vai abandonar.
Sinto-me cansado de ter
Um amor que não pedi
Mas já que o tenho
Aprendo com ele.
É o mesmo amor
Que está na vida de alguém
Sem querer acreditar
Que ele nos vai ligar.
Um amor que não é meu
Mas que invadiu-me o coração
Num momento de ilusão
Em que quis acreditar.
É assim a minha vida
Onde existe esse amor
Escondendo uma realidade
Que ele próprio cria.

Publicado a 21/06/03 no Jornal Correio da Horta

Amor

Tu vieste acender a luz
Que dentro do meu coração
Eu tinha apagado
Para tentar fechar
Dentro de mim
As memórias
De todos os amores
Que nunca soube conservar.
Mas essa luz
Negra como a noite
Nem por ti
Ela será capaz
De brilhar tanto
Como eu gostaria
Que viesse a acontecer.
O amor é mesmo assim...
Não tem raiz
Não o plantamos
Não o produzimos
Não o cultivamos
Não o colhemos
Mas somos nós que
Cuidamos dele
Vivemos por ele
Rimos por ele
Choramos por ele
E quando ele acaba
Muitas vezes
Somos nós
Que o matamos.

Publicado a 14/06/03 no Jornal Correio da Horta

Foi o que...

Amor...
Foi o que te dei.
Amar...
Foi o que fiz.
Ser amado...
Foi o que vivi.
Felicidade...
Foi o que senti.
Tristeza...
Foi o que apareceu sem querer.
Saudade...
Foi o que desapareceu.
Amar-te...
Foi o que me fez lutar.
Repetir...
Foi o que a ausência criou...
Distância...
Foi o que me fez chorar.

Publicado a 07/06/03 no Jornal Correio da Horta

Simples

Uma simples pergunta
E tudo mudou...
Uma simples brincadeira
E a noite foi diferente...
Uma simples palavra
E aconteceu o que não esperava...
Uma simples troca de olhar
E o coração quis logo mais...
Um simples pegar de mão
E o sentimento falou mais alto...
Um simples beijo
E logo não queria acabar...
Um simples adeus
E a esperança de querer repetir...

Publicado a 31/05/03 no Jornal Correio da Horta

Ser Poeta

Perguntaram-me se eu me sinto
Como sendo um poeta...
Mas porquê?
Respondi que não.
Muitos podem dizer
Ou pensar assim
Mas eu digo
Que não sou.
Posso gostar de poesia...
Ler...
Escrever...
Mas não é por isso
Que vou dizer que sou.
Talvez seja...
Mas inconscientemente
Prefiro dizer não
Porque simplesmente
Escrevo em verso
O que me vai
No coração.

Publicado a 24/05/03 no Jornal Correio da Horta

Guerra

Quando o símbolo caiu
Do seu pedestal
Foi o fim do mundo
Que ele próprio criou.
Por todo o lado
Estava tudo
Cercado e ocupado
Pela força terrestre
Que caminhou pelo ar.
Destruição por todo o lado
E vidas perdidas
Sem nenhuma necessidade
Que ficam como recordação
Da guerra da informação.
Guerra que começou
E que acabou
Sem ter as provas
Da sua razão de ser.
Agora falta escolher
A vítima que se segue...
Será algum vizinho?
Será mais a Oriente?

Publicado a 23/06/03 no Jornal Correio da Horta

Homenagem aos iatistas que aportam à Marina da Horta

Céu limpo...
Mar azul...
O preto ancorado
Reflecte o branco brilhante.
Navegando parado
Um marinheiro solitário
Contempla as visões
De uma lenda
Pensando no futuro
E na próxima visita.
E olhando ao longe
Para o horizonte
A Montanha com o cume
Revestido de branco
Impõe as regras
Da viagem.
Noite clara...
Céu estrelado...
A Estrela Polar
Traça o rumo a Norte.
O anfiteatro iluminado
Vai ficando para trás
Lançando um olhar
De simples despedida.
A Lua Cheia lembra
As imensas voltas
Que o marinheiro dá
Durante toda a vida
Imaginando como será
O outro ladoDo Mundo.
Mas o leme preso
Pode sempre dar a volta
De regresso
Ao cantinho hospitaleiro
Para cumprir a promessa
Que fica sempre na memória
De voltar um dia
Para acrescentar outra data
E continuar
Com a tradição.

Publicado a 10/05/03 no Jornal Correio da Horta

No Cimo do Pico

Aqui estou eu
Mais uma vez
No alto de Portugal
Neste cume da Montanha
Cheio de neve
E silêncio.
Sol e frio
Num lindo contraste
Que ilustra bem
O meu coração.
À minha volta vejo
Todo o Grupo Central
Rasgando o lençol azul
Criado pelo mar.
Olho em frente procurando
O meu porto de abrigo
Cada vez mais atormentado
Pelo mundo que criei.
Porque é que a vida
Não é também tão linda
Assim como é estar
No cimo do Pico?

Publicado a 03/05/03 no Jornal Correio da Horta

Andorinha

Vieste ao sabor
De uma brisa marinha
Fugindo da tempestade
No alto mar
E encontraste
Um porto seguro
Dentro do meu coração.
Partilhámos alegrias e tristezas
E mesmo remando
Contra a maré
Ultrapassámos as adversidades
Da vida.
Tu tens o poder
De voar
E eu tenho o poder
De amparar
As tuas quedas.
Voa por mim
Minha andorinha!
Voa mais alto
E leva-me ao infinito!
Deixa-me voar contigo
E parar
Só quando encontrarmos
O nosso destino.

Publicado a 26/04/03 no Jornal Correio da Horta

Coisas Naturais

O pôr do Sol
Avermelhando a montanha...
O som do mar
A bater na muralha...
O branco no alto
A reflectir-se na Lua...
O cantar do cagarro
No silêncio da noite...
O ladrar do cão
Bem ao longe...
O gato fugitivo
Que se esconde na escuridão...
A rapariga sózinha
À procura de alguém...
O rapaz cambaleando
Falando para quem quiser ouvir...
O coração vazio
Sem ninguém para aquecer...
São tudo coisas naturais
Do dia a dia
Que vejo pela janela
Que mostra o mundo
Que tenho à minha volta.
Simples aspectos maravilhosos
Muitas vezes ignorado
Por tudo o que sinto
Dentro de mim.
Queria ter tanto
A tua companhia
Mas estás sempre longe
Sem conseguires marcar
Uma presença forte.
Vem...
E muda a minha vida.
Regressa...
E fica para sempre comigo.

Publicado a 19/04/03 no Jornal Correio da Horta

Homenagem às vendedoras do Pico no Mercado da Horta

Lá vem ela
Atravessando o Canal
Cheia de cestos
Que carrega sozinha.
Levantou-se bem cedinho
Lá do outro lado... da Madalena
E apanhou a boleia
Que a fez descansar um pouco.
Logo que sai do cruzeiro
Vem para o Mercado
Apregoando pelas ruas
Aquilo que tem para vender.
Chega à Praça
E vai para a sua banca
Expondo os produtos
Pela ordem que lhe convém.
Passa a manhã
E passa a tarde
Muitas vezes sem comer!
Para estar sempre a vender.
São 15H00...
O Mercado vai fechar...
Está na hora de arrumar
O que ainda não vendeu
E fazer as contas!
A mais um dia que passou.
Lá vem ela
De volta ao Cais
Fazendo o caminho inverso
Que de manhã percorreu.
Continua a apregoar
Aquilo que ainda não vendeu
Muitas vezes mais barato
Para voltar com os cestos vazios.
Chega ao Cais
E põe os cestos no chão
Pegando na bolsa
Contando o que conseguiu.
Lá vai ela
Atravessando o Canal
Deixando para trás
Um breve adeus.
Está na hora de voltar
Para escolher o que vai trazer
E tratar das encomendas
Que lhe foram pedidas.
Amanhã é mais um dia
E tudo vai voltar a ser igual
Porque ela pertence a uma tradição
Que passa de geração em geração.

Publicado a 15/04/03 no Jornal Correio da Horta como sendo da autoria de Machado Oliveira.
Correcção da autoria a 17/04/03

Seis Anos Depois

Fim de Março... Segue-se Abril... 15 Abril...
Dia 15 vai fazer seis anos que saiu para o público o meu primeiro poema. Esta é a altura de fazer uma lavagem aos antigos blogs e fóruns onde tinha poemas meus e criar algo novo a partir do zero.
Nas últimas semanas estive a colocar quer os poemas publicados quer poemas de diversas autorias nos meus blogs dos sites sociais a que pertenço. Só faltava um espaço mais pessoal para fazer o memso. Assim surge este blog.
Durante os próximos tempos vai ser aqui que muito do que tenho feito vai vir parar.
Quem quiser estar a par só precisa de ir seguindo este blog.
Saudações poéticas